Se bem se lembram, descrevi e documentei, o meu passeio pelas praias da Areia Branca e do Cristo Rei, uma experiência única, que tenho repetido, sempre que há oportunidade e a minha mente, como um autómato, conduz o meu “companheiro”, que já me deixou ficar mal duas vezes, como alguns humanos que se dizem-se racionais e se julgam os senhores do Mundo.
É um sonho efémero…Nestas latitudes, a Amizade tem outro Valor, não tem preço, tem de se ser cultivada, acarinhada e levedada com o fermento da Vida.
Então, vou descrever o meu companheiro, é robusto, musculado, os homens já estão com inveja e, as jovens, e as damas imaginam-no, bronzeado, musculado, arfando a afetaminas vendidas, como se diz em França “ au noir”, em qualquer ginásio de musculação estival.
Nada disso, é um “Jeep” Mitsubishi Pajero, a gasolina, com 3,5 litros de cilindrada, o qual responde às minhas precisões, como dizem nos Açores.
Já não é um jovem, foi matriculado, para a estrada, pouco plana e acidentada, no ano de 1999, mas tem um coração de leão, não, é de águia planadora, sobre as estradas íngremes da montanha e da beira-mar, de imagens sem par.
Com uma bateria nova é só rodar a chave e, já está a rugir, fazendo inveja a jovens made in Germany, ou em nenhures.
Então, vamos à crónica, intemporal, não tenho compromissos, vagueio pelo espaço, das teclas quando, os impulsos nostálgicos, ou as Musas do Pacífico, o ordenam, que outras não descortinamos, ou já são águas passadas…
Pobre de mim, ou talvez das ditas Musas…
Camões apelavas às Ninfas do Tejo, eu vou invocar as do Oriente, para mim apenas imaginadas, em espaços indeléveis de cor e som.
Tenho vantagem sobre ele, o Poeta, não necessito, de salvar o manuscrito no naufrágio da vida.
Basta, guarda-lo num e-mail qualquer, CD, ou outro suporte físico, mesmo de papel, e claro no Blog, ou, talvez, salvo por benemérito ou arquivador de … qualquer coisa.
Sei quando cheguei, e como não escrevo sistematicamente, como alguns “bloggers”, que julgam que são lidos, apreciados, bajulados por um mar de gente, e são enganados por contadores mecânicos que, registam a entrada de quem, abre as suas crónicas e, a grande maioria, não as lê.
Muito obrigado à meia dúzia dos meus fiéis seguidores.
Modéstia à parte, são os melhores do Mundo, da Galáxia e do espaço sideral.
A esta hora, já os USA accionaram o “Epsylon” e não conseguimos um remoto visto para o “Great Cannyon” ou para a “Big Apple”.
Nesta altura, já só tenho um seguidor fiel, que vai ler e dar feedback, com críticas, de certeza muito justas e merecidas.
Bem vou descrever a minha ida à Praia das Minas, também conhecida comos dos portugueses, é uma praia situada nas costas da do Cristo Rei, uma baía de mar calmo, de cores maravilhosas, da qual se avista, com precisão, a rara beleza a Ilha de Ataúro.
Para lá chegar, é necessário tomar a estrada de Ereira, passar um controle das UN, por medida de segurança de uma das mais importantes personalidades de Timor-Leste, subir a encosta de uma pequena montanha, não muito íngreme, e descer para um mar calmo, com paisagens que não me atrevo a descrever.
Em poucos instantes, passamos do ruído dos motores para o sossego, duma extensão de areia, com um mar multicor, uma água quente e cristalina massajando o meu corpo, cansado e tenso da grande mudança que vivi nos últimos meses.
Para lá chegar, quando estamos ao nível do mar, viramos à esquerda, e seguimos por um caminho bordejando o Oceano Pacífico, à nossa direita e, nas baías calmas, existem casas singelas de pescadores e apanhadores de algas.
Numa próxima incursão vou tentar registar digitalmente, no meu conceito, essa beleza, no seu estado de pureza natural.
Anotem, meus caros, que o turismo já desponta e, em breve, vai ser um dos pilares de desenvolvimento, deste país a, par do petróleo.
Como muitos sabem, eu, já há muito tempo, troquei a praia pelo verde dos campos de golfe, agora tenho de inverter essa tendência e frequentar mais a beira-mar, dado que aqui não há campos para jogar.
Para jogar golfe terei de ir a Bali, na Indonésia, ou a Darwin, na Austrália.
Lá terá de ser…
Bem, lá estendi a toalha na Praia das Minas, assim designada por ter sido coberta desses engenhos mortíferos, aquando da ocupação pelo invasor, no final de 1975.
A sensação de mergulhar em águas calmas, quentes, em pleno inverno, com temperaturas na ordem dos 35º é indescritível.
Quando o calor apertou, refugiei-me à sombra de uma árvore, não sei o nome dessa espécie, e comecei a ler um livro que me ofereceram, nos meus anos, no dia 29 de Abril do corrente ano.
Para o melhor compreender, fiz questão de só o ler cá (na minha bagagem vieram mais dois sobre Timor), pois o tema é sobre a história desta gente tão sofrida, guerreira e nobre nas suas tradições, o povo Maubere.
Como já disse, a Ilha do Ataúro, à minha frente, ali tão perto e estava tão longe para o jornalista da RTP, Adelino Gomes, quando pretendia entrar clandestinamente em Dili, naquele período já distante e conturbado deste jovem país.
Estou a referir-me à ”A lha das Trevas" obra escrita pelo jornalista José Rodrigues dos Santos, que me surpreendeu, pela descrição tão real dos poucos lugares de Dili que conheço.
Os outros sítios são imagens construídas pela pena do escritor, com um realismo, quase impossível de desmaterializar para um contexto actual, mesmo digital.
A leitura dos primeiros capítulos fez-me recuar no tempo, para a Rua do Quelhas n.º 6, em Lisboa, rever momentos de nostalgia, de um período que alterou a História de um pequeno Império e a ordem internacional.
Bem vou redimir-me e, como habitualmente, convido todos a apreciarem estas fotos digitais, em que a sabedoria é só apertar o botão do obturador, os mais jovens dirão o que é isso?
Deixo-vos com as imagens, palavras para quê, se leram até ao fim perdoem a impertinência, se acabaram após as primeiras palavras, meditem…, a vida é demasiado preciosa para coisas sem significado.
Meu caro,
ResponderEliminarSó hoje, após a n/ conversa no skype,dei com este espaço de "inveja" !!!
Sim, porque não é para todos poder desfrutar da tranquilidade, paisagem e envolvência da mãe natureza, sem ter que dispendê-lo.
Não te conhecia esta façeta de romancista, mas estás muito bem.
Gosto imenso dos relatos e espero que continues a desfrutar de coisas que serão únicas exclusivas e irrepetíveis..!!
É assim o tempo tem destas coisas aconteceu..!!
Boa sorte e 1 abraço.
Nrg