domingo, 27 de março de 2011

TIGRES ASIÁTICOS - 2



Já que estava a 2 passos da Malásia decidi ir até Kuala Lumpur (KL) passar uns dias.
A partida é fácil, pois, há vários voos diários entre Singapura e a Malásia, os preços são módicos e nas companhias áreas “low cost” ainda são mais.
Partimos de madrugada, para rentabilizar o tempo, e lá aterrou o novo Airbus A 200-300, na terra da borracha, cacau, copra entre outros produtos que produz e exporta a Malásia.
O aeroporto é moderno e fica a cerca de 80 km de KL, motivo porque apanhámos o comboio, meio mais rápido e seguro para a capital.
O hotel ficava na “city” de KL e perto das Torres Petronas, um dos ícones da cidade. No seu interior há dos vários centros comerciais que a cidade tem.


Não subimos às torres, porque, agora, é necessário comprar previamente bilhetes e a bicha começa às 6 da manhã e as bilheteiras abrem apenas às 8 horas da manhã e vendem uma quantidade limitada de ingressos.
Claro que não alinhei na espera matinal e não há bilhetes “alternativos” à venda na candonga, eu... também não comprava.
Para conhecer a cidade, por sinal bem grande, o melhor meio é realizar um “city tour” de autocarro.
Tem o inconveniente de nos levarem a fábricas locais, entre outras:

           •  Uma de batiks de seda, onde se observa como eles são manufacturados e as diversas fases que integram o processo produtivo;
           • A outra de chocolates, com variedades diversas, chocolate doce, amargo, apimentado, com especiarias e aromas vários, para todos os gostos e paladares.


Lá tive que gastar umas notitas de MYR - Malasyan Ringgit (€1=4 ).



Se as Towers Coronas  têm, muita fama, é subindo à Menara Tower que se avistam as melhores paisagens da cidade de KL, pois estamos a 421 metros de altura, sendo mais alta que a Torre Eiffel, ocupando a 4ª posição no ranking da especialidade, o qual é liderado pela Torre BerjKhalifa no Dubai, com 828 metros de altura.





Os seniores, com 55 anos ou mais, têm desconto no bilhete de acesso, e em Portugal? Como é quanto a cultura?
Claro que turismo, também, é cultura e o viajante tem ao seu dispor, uma variedade exótica de aromas e sabores, asiáticos, africanos, sul-americanos e ocidentais. 
Heroís da 2 Grande Guerra
  
Museu colonial


Malásia tem por base uma sociedade islâmica, mas observam-se outros modos de vida, belas jovens vestidas à maneira ocidental, que podem desfilar nas passarelas de NY, Paris ou, porque não, na Moda Lisboa.



Bem, também, há outros(as) géneros, definidos, ou indefinidos, como os tempos revoltos, que a foto documenta.
Desenho feito de graõs de areia coloridos

Centro Comercial Royal, o mais recente e mais moderno 
 È uma visita agradável a esta cidade da Ásia (Kuala Lumpur), bem diferente de Singapura.
Depois, verão porquê….

sábado, 5 de fevereiro de 2011

TIGRES ASIÁTICOS 1

Em Timor-Leste não há as 4 estações do ano, como na Velha Europa. Há apenas a estação das chuvas, de Outubro a fins de Março, e a estação seca nos restantes meses.

Hoje, depois das 5 da tarde, começou a chover com grande intensidade, lavando as ruas e tingido o Oceano Pacifico de tons acastanhados revoltos por mini-ondas, inferiores a um metro.

Por volta da 8,30 da noite, fui ao Castaway jantar, é um restaurante bar propriedade de australianos, com música ao vivo, em alguns sábados e domingos do ano.

A chuva veio de novo,  com maior intensidade, fazendo um ruído ensurdecedor nas chapas de zinco que compõem a cobertura, pois não lhe posso chamar telhado, porque são composto por telhas.

Nem os trovões ou os relâmpagos que iluminavam a imensidão do mar perturbaram o som dos “ What Lafaek” Band (Qual Crocodilo Banda) que animou o jantar a tocar musica rock, por sinal, bem boa, com predominância da australiana.


A trovoada tropical, ou a música fizeram-me bem e comecei a escrever estas linhas, com o objectivo de compartir, repartir, partilhar, mais uma experiência vivida por esta parte distante do mundo.

Há mais de 2 meses que visitei dois dos sete países conhecidos pelos “Tigres Asiáticos” a saber: a Coreia do Sul Taiwan, Hong Kong, Tailândia, Indonésia, Singapura e Malásia.

Uns têm uma história mais antiga, outros mais recente, pois, só alcançaram a sua independência política, apenas em meados do século XX.

Actualmente dão cartas em termos económicos, apresentam taxas de crescimento anuais que bom jeito daria à União Europeia.
Fui, mais a Ana, passar uma semana de férias a Singapura, a Cidade-Estado, berço do Merlion (símbolo metade leão e metade peixe), e onde diariamente são efectuadas transacções financeiras e de mercadorias sem fim.









Singapura está para a Ásia como Veneza estava para a Europa no século XVI a XVII, em que era o centro do comércio e financeiro europeu.

Singapura é apenas a terceira praça financeira do Mundo, atrás do Japão e da Suíça.
Singapura, de facto, apresenta muitas semelhanças com Veneza, naqueles aspectos e tem também, canais por onde circulam barcos turísticos que nos revelam a arquitectura da cidade.


A ideia que tinha de Singapura, era de uma cidade asiática, com milhares de pessoas na rua, apressadas par o seu trabalho e, uma desorganização total do trânsito, e da malha urbana.

Enganei-me redondamente, há uma harmonia surpreendente e o cumprimento das normas vigentes são surpreendentes, respeitam os peões e não há polícias visíveis na rua.

Já escrevi demais, por hoje, talvez haja outro esboço de tão bela Cidade-Estado.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

N.R.P. SAGRES


O título desta crónica será intrigante para muitos, mas saudade para outros, e todos, todos, ou quase todos o conhecem.

Desvendemos o mistério Navio da República Portuguesa Sagres, pois claro, já se lembram.



Ás vezes, mesmo muitas vezes, temos, a menos de uma légua, coisas belas que são admiradas, além mar, e que não visitamos, por comodidade, por desleixo, porque fica para depois, do...depois e do sempre.

Falo por mim e ... por alguns.

O navio Escola Sagres é um dos veleiros mais famosos no panorama marítimo, com escala em portos  famososo de todo o Mundo.

Pois é, para o visitar tive vir para Timor-Leste, senão, não sei quando pisaria as escadas de acesso ao porão.





E lá fui, mais um dos milhões que tiveram o privilégio de visitar.

Como prenda de Natal, visitem o Sagres, em Lisboa, porto em que vai atracar, quase no dia de Natal.

O veleiro Sagres aportou a Dili, em meados de Setembro, e antes de abrir as portas ao público em geral, embarcou jovens marinheiros e oficiais de Timor-Leste, aos quais proporcionou, com certeza, conhecimentos em artes de navegar em todos os mares e oceanos, apesar deste ser Pacífico.

Bem, vamos às imagens, se não têm hipótese de algum dia o visitar, então, é a minha prenda de Natal.






Para os que já tiveram o privilégio de pisar o madeirame, esbelto, bem conservado e limpo, será saudade.




As visitas são recebidas formalmente com a saudação militar adequada.




O leme, lembram-se do homem do leme, já está velho... mas quer continuar a navegar... em águas paradas, que não agitamos e vivemos no marasmo da esmola europeia.

Na Sagres, o leme é duplo e é manobrado por 4 valentes marujos, sob o comando do oficial dia.




Caras bonitas visitaram a Sagres, uma canadiana, uma brazuca e uma americana.



O navio Sagres é um embaixador itenerante por tudo o Mundo e presta serviço à ciência e a Portugal.

Nesta viagem de circum-navegação transporta vinho para se estudar o seu comportamento biológico  em tão difíceis condições.

A imagem é a prova disso.

Não se sabe quando será comercializado tão afamado nectar.

Já agora, vamos contar duas versões do Torna Viagem, a empresa dona da marca tem uma versão, outros têm outras.

Eu, relato a opinião da empresa que, ouvi na tv, quando a Sagres estava em Díli e de opiniões diversas, nomeadamente, da net.

A empresa sustenta que, quando os navios chegavam ao seu destino e o importador, por qualquer motivo, não recebia o vinho, o mesmo regressava, pela mesma via, ao exportador.

Outras versões dizem que o vinho era devolvido no destino, porque, naquela época, perdia qualidades quando passava o Equador.

Quem tem razão?

O que consta é que, quando o líquido preferido de Bacu, passa duas vezes o Equador, a sua qualidade é elevada sem explicação. 

O Marco diz que o Torna Viagem é fabuloso, eu nunca provei.

Pode ser que alguém da empresa tenha conhecimento da Ilha do Crocodilo  me satisfaça a minha curiosidade.

No dia seguinte a Sagres, pontulmente, às 9 horas da manhã, ligou os motores auxiliares e rumou no sentido de Líquiça.


Encontrou vento favorável, virou a estibordo, enfunou o velame e lá foi navegando em direcção à Ilha de Atauro.


Seguiu a sua rota e o meu coração ficou triste, com saudades, de tudo ...e de nada...

No horizonte longínquo do oceano Pacífico, um ponto branco diluiu-se no mar de coral, talvez observado com desvelo pelo "corcodilo" da Ilha do Crocodilo.

Meus amigos sejam felizes e até 2011.



 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Visita a Baucal e a Lospalos

Há mais de 30 dias que não escrevo sobre a Ilha do Crocodilo.

Não aconteceu, por circunstâncias várias…, outras prioridades, outros motivos, não silêncios, trabalho e conhecimento de outras realidades, outros costumes e, de países à distância de um avião.

Não conheço quem disse, que só trabalharia no estrangeiro à distância de uma aeronave.

Dá para entender essa frase quando, pela rota mais curta, há que apanhar três aviões e voar mais de 20 horas, com duas escalas.

Não estou a vitimizar-me, gosto de estar na Ilha do “Lafaek” (crocodilo em tetum).

Bem, depois das alegações não incriminatórias, vou relatar a deslocação a Baucau e a Lospalos.

A ida a essa paragens estavam agendadas, para in loco, serem apreciadas as potencialidades de negócio.

Planeou-se a viagem, de modo, a ser executada no mais breve espaço de tempo, atendendo à distância que decorre de Dili a Baucau e daqui a Lospalos e regresso a Dili.

Equacionadas todas a variáveis da logística quanto a transportes, fomos de avião no mono-motor do Brad, que já nos levou até ao Oecusse, se bem se lembram.


Não tínhamos a certeza que seria possível aterrar em Lospalos, pelo que, partiram de madrugada, de Dili dois 4x4 para Baucau, que nos levariam a aquele destino se, o aeroplano não pudesse lá aterrar.

Já pressinto que não estão a visualizar o local, a distância e as condicionantes que, um jovem país tem de enfrentar e superar.

Partimos do aeroporto de Dili e aterrámos em Baucau passados cerca de 40 minutos, sobrevoando o mar, deixando para trás Manatuto e paisagens, onde se cultiva o arroz e o Karau (búfalo) é rei, motor de tracção na lavoura e sinal de poderio económico para os seus proprietários.

 
Bufalos no seu SPA privativo
  Baucau é a segunda maior cidade de Timor e é a capital do Distrito de Baucau, tem 20.132 habitantes, segundo o último census populacional,  de Junho de 2010.

   

O aeroporto tem uma pista com maior dimensão que o de Dili e fica na periferia da cidade.

Por ser um ponto estratégico tem lá estacionados forças da ONU.

A cidade de Baucau está erigida numa encosta orientada para o mar. Em termos de hotelaria, possui uma pousada, onde se pode tomar um bom café expresso e comer uns bolinhos (areados), por sinal a lembrar Portugal.



Um dos ex-libris de Baucau é o Mercado, erigido no período da ocupação poruguesa, tem uma arquitectura interessante, mas que está desactivado e em estado de grande degradação.



Urge ser reabilitada tão bela obra de arquitectura. Mecenas precisam-se...

Enquanto eram cumpridas as tarefas que nos levaram a Baucau, o Brad voou até Lospalos para avaliar a possibilidade de prosseguimos a viagem de avião.

Havia condições, e lá fomos nós para Lospalos, sobrevoando planaltos e montanhas, recortadas por ribeiras selvagens que devastam a paisagem verde quando a chuva é excessiva, no seu percurso para o mar.
   
Baucau vista  do ar

  










       A viagem  decorreu com algumas turbulências, sem grande significado, mas que impressionaram quem viajou pela primeira vez no mono motor. 

A certa altura a avioneta mudou de direcção, para a esquerda, reduzindo a velocidade e começou a descer.

Lá em baixo búfalos, vacas, cavalos e gado caprino olhavam para o avião com curiosidade. 



Passados algum tempo avisto a pista e a minha memória recua, ao ano de 1985, desfilam no meu imaginário as imagens da savana africana imortalizadas no filme Out Of Africa (África Minha).

As imagens falam por si.


A pista vista do ar


 Sem se avistar qualquer aglomerado populacional, apareceram alguns miúdos para nos saudarem.

Lospalos está localizada 248 km a leste de Díli, tem cerca de 30 mil habitantes e é capital do distrito de Lautém.

 Lospalos é a terra natal do líder guerrilheiro independentista timorense Nino Konis Santana (1959-1998).

A origem do nome de Lospalos deriva da palavra Lohoasupala em fataluco.

Lospalos tem uma unidade hoteleira ao que parece com condições aceitáveis e com um restaurante.

Se viajarem por essas paragens é aconselhável marcar alojamento e refeições e porquê?

Bem eu tenho um relógio biológico. Ao meio dia e trinta minutos tenho sempre fome.

Como estávamos ao lado do restaurante pedimos qualquer coisa para petiscar, pois, tinhamos idéia de ir almoçar a Dili. Surpresa, não havia sandes, fruta ou nada pronto para comer.

Perguntei se havia batatas fritas, pensava num pacote de batatas, tipo "Matutano", porque não "D. Basílio".

Lá nos entendemos em tetuguês e, tinha a possibilidade de escolher uma dose de 2 ou 4 dólares, pelo sim pelo não, pedi que me mostrassem o pacote de 2 USD.

Assim foi, trouxeram da cozinha uma embalagem de batatas pré-fritas congeladas, com cerca de 3 kilos, para fritar.

Como não tinhamos tempo para as desgustar, com maionese, ou ketchup, ou aimanas (picante timorense) comemos umas bolachas com passas da Nacional e fomos para a pradaria embarcar para Dili.

Apreciem a imagem de um símbolo de Timor-Leste, a casa típica de Lospalos, que muitos já conheciam, mas não sabiam, possivelmente, a sua verdadeira origem.



É pena que há já tão poucas a matizar o planalto de Lospalos.

No aeroporto fomos saudados por um grupo de miúdos que, possivelmente, nunca tinham estado tão perto de um pássaro metálico voador  e, com malaes (estrangeiros) simpáticos, modéstia à parte.
















E assim acabou outra história...outras experiências.
Partiremos para outras viagens, outras aventuras...outras paisagens.

Até breve, quem sabe?