quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sábado 24 de Julho 2010

Primeiro sábado em Dili.

Acordei cedo e fui às compras ao Lita Stor, propriedade de chineses, uma espécie de armazém onde se vende de tudo, ou quase, para o lar, desde loiças, utensílios domésticos, detergentes, comidas e bebidas.

Gastei os primeiros USD para comprar bens de primeira necessidade e outros que a casa onde moro não tinha.

Em frente do Stor, existem dois mercados um oficial, com bancas em alvenaria,  e outro popular, onde se vendem produtos hortícolas, frutas e galináceos vivos.

As fotos retratam essas duas realidades separadas por escasso metros de distância de um para o outro.
Mercado em Dili


Mercado em Dili




Mercado popular


                            Mercado popular


A cor desperta os sentidos e o mar, por trás deles (mercados), vaí compondo sinfonias, quase murmuradas, transportados por ventos, ora suaves, ora sonantes  nas folhas das árvores e das palmeiras que bordejam a marginal.

Sempre gostei de ver os mercados, as feiras e a forma de negociar que se estabelecem entre as pessoas.

Aprende-se a conhecer um povo genuíno e não os padrões harmonizados por um burocrata qualquer de Bruxelas ou dos States.

Aqui negocia-se a mercadoria de viva voz, não há balanças, é por grupos de unidades, 4 abacates ou tomates, um USD, uma papaia grande, dois ou três doláres, duas alfaces ou outro bem, um dólar.

Os mercados sempre cumpriram o seu papel contribuindo para o desenvolvimento das economias dos povos, desde os tempos em que o homem deixou de ser recoletor e passou à fase da produção, criando excedentes transacionáveis.

No mercado negoceia-se não se compra, deve-se sempre fazer uma contra-proposta, de modo a encontrar-se o preço justo, ou o preço  de mercado entre a oferta e a procura.

Dá-me prazer comprar nestes mercados de Dili, como me deu na praça Al Fna de Marrakech ou no Souk de Istambul.

Fazem-me recordar os tempos em que, negociava Spreads, prazos de pagamento, condições de amortização e outros produtos bancários, quando estava na área comercial.

São bichinhos que ficam comnosco e no Oriente é bom tom negociar, regatear e, claro, é  o vendedor que tem sempre a última palavra.

 Por isso meus amigos despertem e façam bons negócios, mesmo que sejam picantes...
Mercado em Dili

sexta-feira, 23 de julho de 2010

1ª sexta-feira

Hoje antes das nove, sentei-me à secretaria, liguei o computador e abri o primeiro dossier de trabalho, o qual na contracapa parecia que tinha desenhado, em relevo, um pequeno crocodilo.

Era lógico para mim, pois estou na Ilha do Crocodilo.

Quando movi a primeira folha, eis que a figura se animou e começou a correr pela secretária saltando, de seguida, para o chão escondendo-se debaixo de um armário.

Surpreendido com a reacção do bicho, dei um grito, um salto da cadeira que alarmou e surpreendeu os colegas que estavam presentes.
De que bicho se tratava?

Dou pistas:
• Também há no Algarve e em outros lugares quentes;
• Vivem zonas que tenham muitos insectos de que se alimentam;
• O seu aspecto é repelente, como o de alguns políticos e outros...

Que animal me surpreendeu?
Um pequeno crocodilo, lagartixa, ou...

 
Sim, uma simples osga que originou uma salutar risada matinal e aproximou mais os colegas naturais de Timor.

No âmbito das minhas funções, fui hoje apresentado a um dos dois vice-primeiro ministros, um senhor de provecta idade e bem conhecido na luta pela independência de Timor.

De seguida fomos à entrega de prémios desportivos de provas realizadas pelas entidades governamentais.

Após os discursos da praxe, a nossa equipa feminina de basquete recebeu o troféu de 2ª classificada, claro que havia mais que duas equipas a competir.

Para mim, a parte mais interessante foram as saborosas iguarias expostas numa mesa, de forma simples, tipo self-service.


Fotografia das singelas virtualhas que comi no meu primeiro encontro com a genuína comida timorense.

Estava tudo uma delícia, apenas destaco uma salada de algas do mar que, para mim foi uma novidade e, era de comer, e chorar por mais.


Obrigado barak.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Trip to East Timor

No dia 19 de Julho de 2010, pelas cinco e um quarto da manhã, chegámos ao aeroporto da Portela, check in da mala e dos meus 14 fiéis amigos, quem joga sabe do que estou a falar, despedida apressada da família, para evitar comoções fortes.

Tomei um pequeno-almoço frugal, dada a hora matinal, para ganhar energias para tão longa viagem.


Pontualidade alemã, partida para Frankfurt, pelas 7 horas da manhã, onde aterrámos à hora prevista.



Pelo caminho adormeci, não sei quantos minutos, embalados pelo som de música latina do álbum êxitos de um ano qualquer.



Destino Singapura.

À entrada do Boeing 747-400, um monstro dos ares, foi recebido com um sorriso oriental, exótico, onde sobressaíram uns olhos negros, rasgados, tipo amêndoas doces do Algarve.



Será que já tenho saudades?



O Porto de Honra, afinal foi uma flute de champanhe designado “Charles Heidsieck”, por sinal uma alegre surpresa, pois não conhecia tal marca e, pelo que sei, é umas três casas mais antigas da capital do champanhe, Reims. Outras se seguiram na companhia do meu companheiro de viagem, um quarentão alemão chamado Gunnar, que vai trabalhar para uma empresa de navegação marítima, em Singapura.



Depois do prelúdio (Prelude), que foi Satay (espetadas de frango e vaca, acompanhadas com laminas de cebola crua, pepino aos cubos e temperadas com molho semi-picante de amendoins), não esteve mal o início das hostilidades.



A seguir veio o começo (Starter) composto por tomate, salmão temperado com basílico, adornado com vegetais salteados e decorado com rebentos de alface.



O prato principal tinha 3 escolhas, já que não havia moamba de galinha, optei por frango assado à moda de Singapura com picante qb, acompanhado com um bom Chardonnay tinto Bourgogne Hautes Cotes De Beaune 2007 Vintage Clos Phillipe Le Hardi.



Como sobremesas havia gelado, uma mini tábua de queijos franceses e frutas diversas.



Mas, porque estou eu a escrever sobre ementas e paladares, é que eu gosto de fazer uns petiscos, alguns dos meus amigos já os provaram, e também aprecio a nova vaga de cozinha, dita de pesquisa ou de fusão, que foi o que hoje as Linhas Áreas de Singapura serviram.



Claro, que o serviço a bordo é duma extrema simpatia e eficiência que, já estou quase, com os olhos em bico.



Bem vou é tomar um gin tónico que é um fornecedor de quinino para atacar os mosquitos da Oceânia.



Adormeci.



Quando acordei, era noite profunda, estávamos sobrevoando o sudoeste asiático.



Pelas 20 horas TMG de Lisboa, a hospedeira disse serviriam um pequeno-almoço continental que, aqui no ar, serão umas 4 da madrugada do dia seguinte.



Não sei se terei apetite.



Afinal tive e comi bem, pois, era a minha hora habitual de jantar em Portugal.



Só faltaram uns pastéis de nata, uns croissants estaladiços, ou uns scones acabados de fazer, com doce caseiro de framboesa.



Pelas seis e meia da manhã aterramos no aeroporto das alcatifas (Singapura), cuja dimensão e beleza, nada deve a outros por esse mundo fora.



Claro, que não resisti à tentação de comprar uns óculos Ray-Ban numa das inúmeras free shops do aeroporto.


Embarquei às nove meia da manhã, para a última etapa desta longa viagem, a qual teve algumas turbulências, que me embalaram e só acordei em Díli, onde fui recebido por calor tropical de 31 graus centígrados.



Agora há que trabalhar...

domingo, 18 de julho de 2010

Countdown

A pulsação acelera e a emoção, vai tomando a forma de raios difusos de Cor e Luz, que será descrita quando chegar a Timor Lorosae.
Amigos vão recordar, outros vão lamentar..., não sei, talvez..., a falta de sinceridade, que a razão humana utiliza, em princípios que, se aplicam apenas conforme as circunstâncias.
Esquecem-se de que, viver um dia de cada vez, tem de ser com um espiríto coerente, com as práticas de integridade e das preces realizadas a qualquer Ente Supremo.
Os agnósticos têm esse problema resolvido. São práticos, não precisam de se justificar e poderão dormir sossegados, outros não...
A Vida é assim, hoje estamos aqui, amanhã ali, respiramos, convivemos, amamos, sofremos, é dura para todos nós.
Mas meus amigos tenham esperança, vemo-nos em breve, mesmo, em qualquer jardim de artes e sons, ou em latitudes incertas...

sábado, 17 de julho de 2010

Viagem

Aproxima-se a data da partida.
Há agitação no ar, no meio envolvente e no íntimo da família.
Há dúvidas e certezas de uma mudança de vida, inesperada e desafiante de novas oportunidades, que partilharei convosco.

Ilha do Crocodilo